Um fenómeno natural visto como um estranho

Para algumas mulheres, "aquela altura do mês" é sinónimo de desconforto. Não há justificações claras para esse incómodo. No entanto, o motivo mais apontado é o desconhecimento e a falta de comunicação sobre o fenómeno natural. Dos produtos mais convencionais - como pensos higiénicos e tampões -, hoje em dia, chegamos a uma grande aposta em produtos alternativos - como os pensos e tampões reutilizáveis, os copos e as cuecas menstruais.

A 28 de maio, celebra-se o Dia da Higiene Menstrual. Criado pela Organização Não Governamental (ONG) WASH United, comemora-se nesta data, uma vez que os ciclos menstruais duram, em média, 28 dias e as pessoas menstruam, em média, cinco dias por mês. Segundo o Sistema Nacional de Saúde (SNS), a menstruação é "uma perda cíclica de sangue vaginal, com uma duração de 2 a 7 dias". O período menstrual dá-se uma vez por mês e é resultante da "descamação do "forro" do útero".

Símbolo Global para a Menstruação, criado pelo Menstrual Hygiene Day
Símbolo Global para a Menstruação, criado pelo Menstrual Hygiene Day

Apesar das definições teóricas, o período menstrual é vivenciado de formas diferentes de mulher para mulher. Fábia Peres, atual utilizadora do copo menstrual, admite que a sua relação com a menstruação não é algo linear. "Não é algo que eu adore, um sentimento que acho ser comum na grande maioria das mulheres". Contudo, não deixa de ser uma "coisa essencial da mulher e que acabas por aceitar, ou seja, o que posso dizer sobre a menstruação é que ela passa pela aceitação".

Já Sandra Marina, utilizadora de pensos menstruais reutilizáveis, relembra que, desde os seus 13 anos, que teve muitas dificuldades com a menstruação. O recurso a tampões era impensável e fazia alergia aos pensos absorventes. Desta forma, "sempre que me aparecia o período eu ficava - ora bolas, lá vamos nós sofrer mais um bocadinho -. E a menstruação não tem que ser um sofrimento, porque a menstruação é uma parte linda da mulher", refere.

Por sua vez, Mónica Campanhã, artesã com interesse na auto-suficiência e cuidados com a natureza, afirma que a sua relação com a menstruação é uma "relação sagrada". Sendo que a menstruação pertence ao nosso organismo, questiona-se - "como podemos ter nojo de algo que pertence ao nosso corpo? É o mesmo que estarmos a dizer ao nosso corpo "tenho nojo de ti" e o nosso corpo precisa de ser amado, ele ouve e sente aquilo que nós sentimos por ele", certifica.

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